Quando e como eu descobri que era portador da Síndrome de Parkinson




terça-feira, 14 de setembro de 2010

“Parkinson dói?”

Nos primeiros capítulos mencionei que meu neurologista me proibiu de pesquisar sobre a doença de Parkinson. Relembrando, ele me repeliu dizendo: "Ronaldo, o médico aqui sou eu, pesquisas ficam para os laboratórios, médicos, cientistas. Paciente apenas cumpre nossas determinações".
Pensei: "Que médico mal educado!"
Mas pensando bem, se o parkinsoniano ficar pesquisando a doença o tempo todo, ele pira. Ele acaba angariando outras doenças, como a depressão e pode achar que a doença tem dimensão maior do que realmente possui.
Que a doença é brava, não tenha dúvidas. Porém é melhor relaxar, diminuir o stress e arranjar outra forma de interação. Trocar ideias com o outro, por exemplo.
Por falar em trocar ideias, eu tenho um fato para relatar.
Quando eu vou falar em público, principalmente na realização de palestras, começo parodiando um amigo quel eu o denomino de “Meu filósofo”.
Meu amigo, pergunta a um dos presentes: "Você que trocar seu celular por este meu lápis?".
O questionado entreolha este amigo e logo responde: "Não. Meu celular é mais caro que seu lápis. Desta maneira eu vou levar 'manta'!”.
Meu amigo então retruca: "Então vamos trocar ideias, assim nenhum de nós leva “manta”, não é?
Você me passa informações que eu não sei e eu lhe repasso o que você não sabe ok?".
Então é assim que procuro fazer meus relatos. Eu manifesto o que o Parkinson me afeta no cotidiano e o que eu faço para amenizar, postergar, minorar o seu impacto.
Hoje eu tenho uma informação para trocar. A partir da retomada no Tênis, relatado em “Exercitar é preciso” e também de jogar video-game Wii, eu comecei a sentir fortes dores no braço direito. É verdade que eu acabei me empolgando como se fosse um atleta de 20 anos e forcei a musculatura mais do que devia.
Hoje me encontro com dores insuportáveis no bíceps e no radio do braço direito, dificultando meus movimentos e prejudicando sobremaneira meu sono.
Obviamente que uma dor acaba desencadeando outra dor. É como se fosse um dominó. Caiu o primeiro sobre o segundo e daí para frente desencadeia uma sequência.
No blog, dores crônicas, conforme o link a seguir, eu pude perceber que “Parkinson dói”. E pode desencadear um sequencia de dores, tanto exercitando quanto permanecendo no sedentarismo. Eu digo Exercitar é preciso. São preferíveis dores se exercitando, que as dores do sedentarismo.
O enrijecimento atrofia músculos e encurta os nervos.
 Lembram-se quando eu falei sobre "a luta do emborca e do desemborca"?. A doença ordenando você a se fechar, emborcar e os exercícios físicos forçando a desemborcar.
 Pois é, se forçar mais que o necessário, há os efeitos colaterais.
Eu acabei vitima do excesso. Tem um ditado popular “devagar com andor que o santo é de barro”.
Vamos exercitar, mas com prudência.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Pista para a origem do Parkinson

A notícia divulgada pela Agência FAPESP trás a luz algumas ligações sobre a baixa imunidade e o Parkinson.

Divulgação Científica


Pista para origem do Parkinson

16/8/2010

Agência FAPESP – Um grupo de pesquisa nos Estados Unidos descobriu nova evidência de que a doença de Parkinson pode ter origem infecciosa ou autoimune. A novidade foi publicada neste domingo (15/8) na revista Nature Genetics.
O estudo identificou uma relação genética entre o sistema imunológico e a doença progressiva e incurável. Os pesquisadores examinaram mais de 2 mil pacientes com Parkinson em quatro estados norte-americanos e outros 2 mil voluntários sem a doença.
Foram avaliados fatores clínicos, genéticos e ambientais que poderiam contribuir para o desenvolvimento e a progressão da doença e de suas complicações. Alguns foram acompanhados por quase 20 anos.
“Durante o tempo da pesquisa, encontramos pistas sutis de que a função imune poderia estar ligada ao Parkinson. Agora, temos evidência muito convincente disso e uma ideia bem definida de quais partes do sistema imunológico podem estar envolvidos”, disse Cyrus Zabetian, professor da Universidade de Washington, um dos autores da pesquisa.
Os pesquisadores descobriram uma nova associação da doença com a região HLA (sigla em inglês para “antígenos leucocitários humanos”), que contém um grande número de genes relacionados à função imunológica em humanos.
Os genes HLA são essenciais para o reconhecimento de invasores nos tecidos do corpo. Mas o funcionamento não é sempre perfeito, uma vez que os genes variam muito de pessoa a pessoa.
Certas variantes dos HLA estão associadas com um aumento no risco ou na proteção contra doenças infecciosas, enquanto outras podem induzir distúrbios nos quais o sistema imunológico ataca tecidos do próprio corpo.
Esclerose múltipla, uma doença neurológica causada pela autoimunidade, também está associada com os HLA. O estudo observou que a variante genética associada com a doença de Parkinson está na mesma região que a ligada à esclerose.
De acordo com a pesquisa, investigar a conexão entre Parkinson e inflamações, especialmente no contexto da um marcador genético variável, pode levar ao desenvolvimento de medicamentos melhores e mais seletivos para o tratamento da doença.
O artigo Common genetic variation in the HLA region is associated with late-onset sporadic Parkinson's disease (doi:10.1038/ng.642), de Haydeh Payami e outros, pode ser lido por assinantes da Nature Genetics em www.nature.com/ng.



Stress e Parkinson - Combina?

Stress, Aborrecimentos... são o que há de pior para os portadores do mal de Parkinson.
O parkinsoniano tem que se conscientizar, e aqui incluem seus familiares e ou pessoas próximas, de que a mudança de hábitos no cotidiano é de vital importância para amenizar a doença.
As medicações concatenadas com exercícios físicos são de extrema valia, mas nada adianta se o paciente não tiver paz de espírito, controle do stress e uma mudança de hábitos capaz de deixá-lo mais relaxado, leve, solto e de bem com a vida.
Mas o que é o stress, afinal?
O stress é um conjunto de reações desenvolvidas, testadas e aprovadas pela natureza há milhões de anos que preparam os animais para fugir ou lutar pela sobrevivência. O stress aguça os sentidos, aumenta temporariamente a energia, a força muscular e a resistência contra infecções.
O stress é essencial para a sobrevivência da espécie animal na terra, pois a percepção de um perigo iminente desencadeia, imediatamente, reações de alarme que produzem intensas modificações fisiológicas no organismo do animal, preparando-o para fugir.
Porém, o stress exacerbado é totalmente prejudicial ao organismo humano. O acúmulo de stress pode desencadear desequilíbrios no indivíduo, deixando-o agressivo, violento, introspectivo. Pronto para explodir a qualquer momento.
Como mencionado, o Dr. Wanderley Ribeiro Pires, em seu livro Qualidade de Vida: “ Viver em sociedade, ser social, significa saber se controlar, ponderar, discutir com moderação, em suma, não brigar, não agredir! Desde crianças somos ensinados a reprimir nossa agressividade natural e a usar a inteligência para defender nossos interesses. Entretanto, argumentações inteligentes exigem maior atividade mental que, por sua vez, aumenta a ansiedade e a tensão, formando um círculo vicioso que prolonga o stress”.
Kant, grande filósofo do iluminismo, disse que o homem é diferente dos animais porque ele raciocina, ele pode pensar, e assim sendo, tem de exercer imperativamente o “dever ser”, que o ordena incondicionalmente. Não é uma motivação psicológica, mas a lei moral interior. O dever ser não é um catálogo de virtudes nem uma lista de “faça isto” e “não faça aquilo”. O dever é uma forma que deve valer para toda e qualquer ação moral.
Simplificando; nós devemos mudar nossos hábitos, nosso modo de vida, sem obviamente deixar de cumprir os encargos que a vida nos remete, como por exemplo, prover a família.
Muito se diz – “ganhar dinheiro é bom, mas a saúde em primeiro lugar”.
Atualmente é veiculado na mídia, de maneira geral, que os hospitais públicos estão caóticos, defasados tecnologicamente, abarrotados de pacientes angustiados queixando de todos os tipos de doenças. Nunca se vendeu tanto medicamentos como agora. As indústrias farmacêuticas estão batendo recordes acima de recordes com a venda de remédios, pois a sociedade ainda jovem que deveria estar transpirando energia, saúde, alegria, está lotando consultórios médicos.
Sendo conhecedor desta síndrome de pânico que vive a sociedade, eu resolvi pisar no freio, desacelerar a velocidade da vida, entretanto sem deixar de trabalhar, estudar, prover minha família. Ou seja, cumprindo com as responsabilidades que me cabem.
Um dos hobbies que resgatei ultimamente foi exercitar o meu tino de fotografia. Fotografar é procurar ver coisas que normalmente se olha, mas não percebem os detalhes. É um passa tempo para amenizar o stress e ao mesmo tempo curtir a natureza.
Alguns meses passados, eu fui convidado a passar um fim de semana na fazenda de um amigo no interior do estado. Obviamente levei meu arsenal fotográfico. Fui feliz, pois o dia e a noite estavam propícios para clicar ao revelar, em tempo real, as maravilhas de uma flor desabrochando, um bago se abrindo e lançando sua semente ao solo, um entardecer de tirar o fôlego. Não há como não apreciar um pôr do sol no horizonte. São estes pequenos detalhes que a princípio passa despercebido que eu gostaria de mostrar.
Detalhes! Exatamente o que se precisa para tirar uma foto original. Esperar, esperar... é essencial para clicar algo da natureza. Um hábito que perdemos hoje em dia, pois nunca temos tempo para coisas que não traduzem resultados econômicos.
É ai que precisamos de ajustes no nosso metabolismo, programando-nos para desvendar os segredos do mundo em que vivemos e deixar que a psicossomatização de doenças entre em processo de regressão, buscando a autocura, conforme comentei em matérias anteriores.
De acordo com Pires, talvez estejamos precisando apenas dar um pouco de vazão aos nossos impulsos. Praticar exercícios sem sacrifícios, encontrando o nosso próprio ritmo. Andar sem controlar a distância e o tempo. Correr contra o vento, conhecer uma caverna, escalar um monte, nadar a favor das correntes, brincar nas ondas do mar e deixar o corpo secar ao sol, apaziguando nossas mentes e cicatrizando as feridas que nos corroem a alma!
E digo mais, tudo isto está ao alcance de qualquer um! Basta vontade. E mais uma vez, reafirmando Kant, na sua terceira máxima moral: “a vontade que age por dever institui um reino humano de seres morais porque racionais e, portanto, dotados de uma vontade legisladora livre ou autônoma”.
Você é autônomo. Não espere que tomem decisões por você. Aja! Mexa-se! Seja criativo, proativo. Você Pode!
Veja alguns vídeos que preparei e que compartilho com meus leitores com a finalidade de aguçar a sensibilidade que cada um tem pelas beldades que a natureza oferece e que muitas das vezes passa despercebido aos olhos comuns. Para alcançar a felicidade, não precisamos de muito, basta ter vontade e iniciativa. Deixar fluir naturalmente o que há de bom em nossos corações. E por favor, compartilhe comigo suas experiências, deixando mensagens no blog ou fazendo um simples comentário.

  




segunda-feira, 9 de agosto de 2010

A minha Medicação e seu Desempenho no Organismo.

No primeiro capítulo eu informei que a minha primeira medicação tinha sido o Mantidan 100mg. O neurologista receitou dois comprimidos ao dia, sendo um na manhã, após o desjejum e outro ao entardecer, logo após o jantar.
Logo a seguir, complementou com o Sinemet com o seu princípio ativo – levodopa. Iniciei tomando meio comprimido, duas vezes ao dia.
Diz a prudência que você deve sempre consultar um segundo especialista. Procurei outro neurologista que tinha acabado de conhecer numa reunião de amigos que me receitou Akineton – Biperideno, mais indicado para pacientes anticolinérgicos, ou seja, tremores de repouso.
Percebi que algo estava errado, pois meu estado não manifestava nenhum tremor. Remédio sem necessidade é veneno, então para que tomá-lo!
Retornei ao primeiro médico neurologista que prescreveu o Requip – ropinirol, pois ele acabara de participar de um seminário no Chile e a medicação tinha sido amplamente discutida e indicada. Não deu certo. Foi uma aposta. Seu efeito no meu organismo não foi melhor do que o Sinemet.
Procurei um terceiro especialista que alterou a medicação anterior com Sifrol 0,25mg e o Prolopa 100/25mg. Comecei com meio comprimido de Sifrol 0,25mg e meio comprimido de prolopa.
Ao longo dos anos a medicação foi alterada na sua dosagem, sendo que o Sifrol 0,25mg subiu para 0.50mg e posterior para 1.0mg. O Prolopa subiu de 100/25mg para 200/50mg.
As drogas aludidas se encontram estabilizadas nas dosagens mencionadas, sendo administradas da seguinte forma:

Medicamento Horário Fração comprimido Observação

Prolopa 200/50mg 8 – 15 – 23 ½ Jejum( desjejum após 1 hora)

Sifrol 1 mg 8 – 15 – 23 1

Mantidan 100 mg 9 – 20 1 Após café e Jantar

A observação em tomar o prolopa – levodopa em jejum e preferencialmente após 1 hora o paciente poder fazer seu desjejum é justificado pelo fato de que os produtos proteinados podem prejudicar o efeito do princípio ativo, ou seja, o levodopa.
Os exercícios físicos combinados com a medicação são essenciais para o conforto do parkinsoniano. Isto eu não tenho a menor dúvida.
Dias atrás fui consultar o neurologista e na antessala comecei a dialogar com um senhor que aguardava para sua primeira consulta. Ele tinha apenas 3 anos do diagnóstico de sua doença, porém parecia bem mais debilitado que outros que conheci. Ele afirmara que era desleixado quanto à terapia medicamental e também não era assíduo na execução de exercícios físicos. Gostava de tomar “umas e outras” e não se sentia bem após a ingestão de bebidas alcoólicas. Relatou-me que gostava de pimenta e sua ingestão o fazia muito bem.
A conclusão que tirei deste pequeno diálogo, vai de encontro com a minha afirmação. É necessária muita dedicação e perseverança para tentar frear a progressão, pois a doença de Parkinson não é letal, mas aleija, te emborca, travam seus movimentos e pode levá-lo a uma cadeira de rodas, cama etc.
O meu propósito é auxiliar meus leitores mostrando o meu comportamento frente a esta doença, pois como meu médico disse: “cada paciente reage de uma maneira frente à medicação, exercícios físicos, fonoaudiologia, terapia Ocupacional, Fisioterapia, tão necessários para a postergação do Mal de Parkinson”. E quem sabe eu possa contribuir com a comunidade parkinsoniana na simples narrativa do meu cotidiano.
O fato verdadeiro é que o prazer que tenho em compartilhar com o outro são de grande relevância. É uma forma de comunicação que a infovia me proporcionou para interagir. Como disse Richard Bach “longe é um lugar que não existe” e assim eu posso voar como a Gaivota do mesmo autor para disseminar meu pensamento.
Nesta última consulta, relatei para o medico meus desconfortos mais recentes. A medicação estava vencendo sua eficácia bem mais cedo. O equilíbrio, sentimento de perna pesada, passos lentos dentre diversos sintomas da doença estavam mais presentes.
Foi alterada novamente a medicação e prescrito um novo Prolopa – 100/25 – levodopa + cloridrato de benserazida- com HBS em cápsula, que concatenado com as outras drogas, ficaram assim:

Medicamento Horário Fração comprimido observação

Prolopa 200/50mg 6 – 11 – 16 ½ Jejum

Sifrol 1 mg 6 – 11 – 16 – 22 1

Prolopa 100/25mg HBS 22 1 Jejum

Mantidan 100mg 8 – 20 1 Após café e jantar

Já me sinto bem melhor após esta nova composição medicamentosa, aliado à harmonização de horários com o da minha esposa. Ela queixava que estava sendo prejudicada no convívio diário, uma vez que sempre que nos encontrávamos eu estava “vencido”, ou seja, nos horários de contato na manhã, almoço e retorno do trabalho eu me encontrava em baixa.
Um fato que estava passando despercebido e de grande importância no relacionamento com as pessoas de uma maneira geral é que não entro em depressão e mantenho o meu humor “up”, evitando com isto me enclausurar dentro de um cômodo da casa. Procuro aceitar todos os convites que me são feitos, evidentemente, mais seletivos, assim como os amigos. Encontrei uma boa forma para cultivar uma boa relação, refletir melhor quanto o modus vivendis de uma maneira geral, procurando a tão almejada qualidade de vida ou a tal felicidade.
Como relata o Dr. Wanderley Ribeiro Pires no seu livro – Qualidade de Vida – “ a participação dos pacientes é fundamental nos processos de prevenção e cura das doenças do mundo civilizado, uma vez que são os principais responsáveis pelo estilo de vida que estão praticando. A única alternativa viável é a mudança de hábitos e costumes prejudiciais, através da promoção da saúde”.

Deixo aqui também um texto de um autor desconhecido, intitulado – Alguns Caminhos para Encontrar a Felicidade ...pinçado do livro Para um novo Amanhecer de Antônio de Andrade.

Alguns Caminhos para Encontrar a Felicidade . . .

(autor desconhecido)

Inicie cada dia alegre, cantando como os passarinhos.
Cantar dilata os pulmões e abre a alma
para tudo de bom que a vida tem a lhe oferecer.

Diz um ditado “a música é o alimento do espírito”,
por isso saúde o dia e as pessoas com alegria.

Ria da vida, dos problemas, ria de você mesmo.
Você começa a ser feliz quando é capaz
de rir de você mesmo.

Não deixe os problemas e dificuldades afetarem você.
Procure convencer a si mesmo de que tudo está bem.
Acreditando nisso sentirá que tudo está bem mesmo
e sentir-se-á bem melhor.

A alegria (ou o mau humor) é contagiante.
Quando você está bem humorado e alegre,
as pessoas ao seu redor também ficarão
e você sentirá mais força nesse ambiente.

Pratique algum esporte,
fazendo exercícios regularmente.
Ande a pé ou de bicicleta, corra, nade, mexa-se!
Isso cria energias positivas, e você ficará surpreso
ao começar a sentir-se mais jovem, mais disposto,
mais animado com a vida.
Trabalhe com prazer, goste do que faz.
É maravilhoso trabalhar
quando se gosta do que faz.

Ponha amor e dedicação ao que faz.
Realize o que sempre desejou realizar.
Não deixe os seus projetos para amanhã.
Aproveite as oportunidades que a vida lhe oferece.

Extraia o máximo de pequenas coisas e momentos.
Elas têm a dimensão e o valor que você lhe conferir.
Uma pizza em um ambiente aconchegante
pode ser mais gratificante do que um lauto jantar
em um restaurante sofisticado e caro.

domingo, 30 de maio de 2010

Entrevista com o Neurologista Dr. Cícero Galli Coimbra

Eu já havia comentado em postagens anteriores, quando e como eu descobri que era portador da Síndrome de Parkinson, que meu neurologista disse que a possível causa da minha doença fora relacionada por stress exacerbado e a classificou de secundária, adquirida e de nível 2. A escala vai até o nível 5.
O meu blog tem como objetivo interagir com o público interessado em doenças degenerativas com ênfase especial na Doença de Parkinson, mas principalmente procurando me relacionar com os amigos, parentes e pessoas que me querem bem, das quais, direta ou indiretamente tiveram ou têm algum relacionamento comigo nesta trajetória de vida.
O homem tem, de acordo com os princípios bíblicos, contribuir com o próximo de uma maneira totalmente despojada de interesses pessoais, doando parte do que você possui. Pode ser um conhecimento para quem precisa, sem alarde. De preferência, anônimo.
É sabido que prestar-se voluntário para causas nobres a favor dos mais necessitados, estimula o seu bem-estar, levando o cérebro a renovar as ligações entre neurônios, evitando que doenças degenerativas possam se desenvolver.
Tenho como intento com este blog, o qual é linkado com outros blogs congêneres, levar aos não portadores da doença a se protegerem, aos familiares dos parkinsonianos a estimularem seus entes queridos às praticas alternativas de exercícios diversos, com o intuito de postergar o avanço do Parkinson e também porque não, levar aos pesquisadores de uma maneira geral, o modus vivendis de um portador, que a CONTROLA usando de artifícios simples, porém funcionais, já narrados em capítulos anteriores.
No dia 26 de maio, eu tive uma consulta com o descobridor da minha doença, o neurologista Dr. Luiz Fernando Martins. Ele me examinou, relembrou-se do dia em que me diagnosticou. Relembrou-se do quão péssimo eu estava. Disse taxativamente: Você conseguiu regredir a progressividade da doença, e te digo mais: “Somente nós é que sabemos desta doença”.
Saí do consultório com o coração palpitando de alegria e com uma vontade imensa de gritar para o mundo. A Doença de Parkinson é CONTROLÁVEL.
Podem os críticos, os fracos, os incrédulos acharem uma insensatez de minha parte alardear, através de um blog, que uma doença desta envergadura, tida no meio médico científico como cruel e de difícil controle, ser domada.
Chamo a atenção novamente para olharmos para dentro de nós e com toda volúpia possível gritar para você mesmo: “Eu não tenho esta doença, e se, por acaso, ela estiver instalada em algum lugar do seu corpo, que fique aí, inerte, passiva, porque eu sou forte o suficiente para controlá-la".
O objetivo desta postagem é levar uma boa mensagem aos meus leitores amigos, seguidores, anônimos e a todos que querem ter vida longa e com saúde. E para isto acontecer, terão de pagar um “preço”: Ter mais qualidade de vida, uma vida com menos stress, uma vida compartilhada com o próximo, uma vida familiar mais intensa, uma vida voluntariosa, uma vida com Deus no coração.
“Dinheiro é muito bom, desde que ele trabalhe para o meu bem-estar”.
Para corroborar com os meus atuais objetivos, eu pediria que investisse em você curtos 35 minutos. Assista um vídeo com a entrevista do neurologista Dr. Cícero Galli Coimbra, lattes.cnpq.br/0828498555941677.

 http://mais.uol.com.br/view/85r7d735pwrw/sistema-nervoso-0402336EE4B96346?types=A&

Os leitores podem encontrá-la também, no blog que sigo:       http://app-vr.blogspot.com/


A entrevista é um presente para todos nós mortais, que gostaríamos de viver nesta terra, porém com mais qualidade. Aproveitem.

sábado, 22 de maio de 2010

Jogando Tênis

Descobri que não posso ficar muito tempo sem me movimentar. Por esse motivo, escrevi um capítulo anterior chamado “Exercitar é preciso”.
Sinto muito desconforto quando gasto muito tempo à frente de um computador ou mesmo vendo TV, por mais seletivo que seja.
Tenho minhas ocupações diárias, pois como eu disse no Perfil do blog, sou também empresário no ramo de construção civil. Esta atividade me faz permanecer à frente de um computador várias horas diárias.
Estudo Inglês diariamente. Tenho professor particular para conversação e estudo regularmente na Cultura Inglesa, o que me faz despender mais horas em frente à tela.
Como Internacionalista, procuro ler livros concernentes à área que consome outras horas diárias.
Este preâmbulo é somente para corroborar a necessidade de me exercitar ainda mais, pois o Mal de Parkinson é cruel. Ele quer avançar e se você não ficar esperto, sorrateiramente ele ocupa espaços.
Descobri que meu maior dilema são os movimentos lentos. Nos movimentos rápidos eu me sinto mais equilibrado em todos os sentidos. Então, resolvi retomar uma atividade atlética, da qual não pensava mais poder exercitá-la. Jogar Tênis.
Matriculei-me numa escola de tênis e comecei, nas terças e quintas-feiras, a treinar. Surpreendentemente, me sobressai muito bem, confirmando que, nos impulsos rápidos, o Parkinson não interfere.
Procuro escrever o que sinto no dia a dia, avaliando onde e quando a doença de Parkinson ataca mais e tento reverter o desconforto.
Um dos locais que tem me causado desconforto é a cama. Percebo que mexo bastante, ou seja, eu não acho uma posição que me proporcione conforto mesmo usando dos artifícios de travesseiros ou almofadas entre as pernas e os tais travesseiros “linguiça” para alinhar a coluna através do pescoço. Acabo dormindo mal.
Jogar tênis é um resgate do passado, pois me considerava uma atleta amador. Jogava tênis, Boliche, corridas curtas e longas. Treinava correndo aproximadamente 100 km por semana. Era um hobby, uma forma de amenizar o alto grau de stress do momento, mas ao mesmo tempo uma atividade esportiva.
Por enquanto não percebi nenhum efeito colateral, que possa me impedir sua continuidade, porém, é mais uma forma de CONTROLAR a doença.
Percebo que meu intento está sendo alcançado, pois nestes últimos sete anos que convivo com o Parkinson, jamais deixei de participar de qualquer evento no qual eu sinta prazer.
Hoje sou totalmente seletivo. Procuro fazer somente o que gosto, o que me realiza, o que me dá prazer, obviamente sem ser totalmente egoísta, concatenando os meus prazeres com as pessoas que me cercam. Estas minhas verdadeiras pérolas. Apesar de possuir uma rede de relacionamento extensa, procuro pinçar dela, apenas àquilo que me faz feliz.
Para encerrar gostaria de deixar um link da música de Oswaldo Montenegro – A Lista – na qual retrata muito bem o que é ser e ter amigos. Como fazer para amá-los e quantos nos últimos 10 anos amaram você. Façam o teste.

domingo, 9 de maio de 2010

Uma viagem para renovar os ânimos

Voltei da minha magnífica viagem bem mais forte. Forte de espírito, forte de corpo, forte de conhecimentos históricos e bíblicos.
A comitiva formada por 64 pessoas, a maioria oriunda de Brasília e Rio de Janeiro e completada com participação de outras pessoas de outros estados, sob a liderança do Pastor Caio Fábio que denominou a viagem de “Caminho da Graça”.
Como internacionalista, pude constatar in loco, muito do aprendizado teórico obtido na universidade, principalmente quanto aos estreitos de Bósforo e Dardanelos, como foi dito no capítulo anterior, os quais foram palcos de guerras, principalmente para isolar a Rússia do acesso ao Mediterrâneo.
Iniciamos a viagem pela capital da Turquia, Istambul, que de acordo com os dados históricos tem aproximadamente 8600 anos, o berço da civilização humana, atestado pelo Velho Testamento; e que me sensibilizou bastante suplantando todas as minhas expectativas.
Conheci, no hipódromo, obeliscos, a estátua da serpente, obras de antes de cristo, a mesquita azul, o templo de Santa Sophia, o palácio de Topikapi, o Gran Bazar, com suas centenas de lojinhas de small gifts, o Mercado Egípcio e o mercado dos reconhecidos e apreciados mundialmente, tapetes turcos feitos à mão.
Rumamos para a cidade de Tróia, onde está uma replica do Cavalo de Tróia usado no filme de 2001, estrelado pelo ator Brad Pit. As ruínas da cidade escavadas em camadas, pois como foi demonstrada pelo guia do grupo, a cidade foi soterrada por terremotos e guerras. Até hoje nove camadas foram descobertas, ou seja, uma cidade sob a outra.
Na cidade de Kanakale, visitamos Pamukale “Montanha de algodão”, pois as rochas de calcário dão a centenas de pequenos lagos, uma cor azulada, causando um impacto inimaginável. Visitamos as ruínas da cidade antiga situada sob uma montanha, onde pode ser observada parte das ruínas em estado de conservação extraordinário.
Visitamos ruínas em Laodicéia, Pergamo, Asklepion, Efeso, Izmir. Em Efeso, conhecemos o Mercado de couro de ovelhas, onde são confeccionadas peças para as principais grifes do mundo, principalmente para o mercado Italiano. Como podem observar, até tive meus 30 segundos de fama, pois eu fui convidado a desfilar com jaquetas genuínas turcas.
Seguimos para a Jordânia, por um roteiro turístico em Amman, onde pudemos conhecer o Monte Nebo e constatar in loco, peças quase intactas de mosaicos milenares usadas nos pisos e paredes de templos e palácios. Conhecemos o tão propalado Mar Morto, no qual pessoas apenas boiam quando adentram suas águas, pois como ele está a 420 metros abaixo do nível do mar e com uma concentração alta de sal, em torno 30%, as pessoas não afundam. É uma oportunidade ímpar conhecê-lo, pois a partir de sua lama de cor negra são produzidas centenas de cremes para o corpo.
Surpresa mesmo foi conhecer a cidade de Petra. É descrito que uma civilização habitada por descendentes de Esaú descobriram a montanha, que provavelmente foi anteriormente coberta pelo mar, onde uma corrente marítima abriu uma grande fenda com aproximadamente três quilômetros de extensão, quando então foram esculpidas na rocha de cor alaranjada, templos, túmulos e monumentos com uma precisão de causar espanto.
Em Gerasa, Jordânia, constatamos monumentos extraordinários como o Arco de Adriano – um anfiteatro enorme totalmente intacto – com colunas bastante conservadas, esculpidas em mármore com detalhes excepcionais.
Ao seguirmos para Israel não podíamos deixar de conhecer Belém, na Palestina, e visitar a Igreja da Natividade que indica o local onde Jesus nasceu e erguida por Helena, mãe de Constantino.
O campo dos Pastores, onde foi visto a estrela de Belém, quando anjos anunciaram o nascimento do salvador.
Em Tiberíades, Israel, passeamos de barco no Mar da Galileia, lugar descrito pelo milagre no qual Jesus andou sobre as águas. Conhecemos o Museu da Galileia e presenciamos um barco original datado de antes de cristo.
Visitamos o Monte das Bem Aventuranças, local onde Jesus pregou o Sermão do Monte e realizou o Milagre da Multiplicação dos Pães e Peixes. Cafarnaum, Monte Carmelo, onde foi avistado Armagedom, uma planície muito próspera, rica tecnologicamente para a produção agrícola, e descrita na bíblia em apocalípse, como o local onde será realizada a batalha final, culminando com chegada do Messias.
Em Jerusalém, pudemos conhecer a réplica da cidade dos tempos romanos, quando o Imperador Herodes reinou e Jesus peregrinou e foi sacrificado.
Outra rota de visitas foi feita em Jerusalém, para conhecer o Monte Scopus, Monte das Oliveiras, a Igreja Getsemani, a Igreja Templo da Primazia, Rio Jordão, a Fonte de Gedeão, o Museu do holocausto, dentre outros.
O Muro das Lamentações tem uma aura muito positiva. Uma carga de emoção me tomou ao tocar no Muro e senti no coração o quão forte é a positividade dos rituais Judeus. Chorei copiosamente, sem nenhuma vergonha em externar a minha emoção. É uma raridade, ou talvez uma única oportunidade em estar num lugar tão mágico.
Para minha surpresa, voltando nos tempos da faculdade, pude conhecer pessoalmente uma pessoa, que por sinal foi o nosso guia em Israel, judeu nascido no Brasil, porém o Sionismo (o retorno dos judeus a Israel) retornou em 1962, ainda jovem, e lutou na Guerra dos Seis Dias por Israel em 1967, contra os países fronteiriços inimigos, que pretendiam expulsá-los. Esta foi uma Guerra histórica, na qual Israel como vencedor anexou além de Jerusalém, parte da Jordânia, Golã.
Obviamente, pude desfrutar do seu conhecimento como uma biblioteca viva e professor universitário de história, como forma de cultivar mais conhecimentos sobre a região.
Finalizando, recebi das autoridades locais um certificado autenticado como Peregrino de Jerusalém, vindo demonstrar mais uma vez que a doença de parkinson, aqui grafada em letra minúscula, não foi obstáculo para a realização de uma magnífica viagem, porém extremamente estafante seguida de uma disciplina “militar” quanto ao roteiro, pois participávamos de um grupo, chefiada por um Pastor altamente técnico, conhecedor profundo das palavras da bíblia, exigente, muito responsável e consciente que sua missão não era meramente turística, mas bíblica, objetivando encher os nossos corações com a palavra de Deus. Conseguiu. Aprendi em quase 20 dias, o que muitos não conseguiriam em dois anos de estudos em um ambiente fechado.
Voltei outra pessoa. Pude desmistificar muita coisa das religiões, me capacitando discernir pessoalmente, sem me deixar levar pelas palavras de muitos, com o intuito apenas arrebatar uma ovelha desgarrada para um templo.
E a mais importante constatação. Não há Parkinson que me curve, que me feche ou que me emborque. Irei continuar lutando e demonstrando que podemos controlar muito bem esta doença.


Mesquita Azul
Mercado dos Tapetes