Quando e como eu descobri que era portador da Síndrome de Parkinson




quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O Diagnóstíco do Mal de Parkinson


Estava em Brasília, em 2002, participando de seminário do IEL Nacional, na condição de Presidente do Conselho Temático de Comércio Exterior e Negócios Internacionais da Federação das Indústrias do Estado de Goiás, quando repentinamente meu dedo mindinho da mão direita começou a formigar.
Na mesma hora corri ao ambulatório médico da CNI – Confederação Nacional da Indústria, pois achava que estava enfartando. O diagnóstico foi negativo, mas ficou uma pergunta no ar.
O realmente estava acontecendo? Chegando a Goiânia, resolvi consultar um neurologista. Recomendou-me uma ressonância magnética do crânio. Após análise, diagnosticou-me como Síndrome do escrivão.
Logo pensei! Não pode ser. Não escrevo tanto assim para desenvolver uma LER/DORT, que pode ser causada por esforço repetitivo devido a ma postura, stress ou trabalho excessivo, mas mesmo assim resolvi seguir a orientação médica.
Minha caligrafia estava totalmente disforme da realidade. Tinha dificuldade de fazer minha assinatura. A letra “o” não se fechava. Parecia que eu tinha desaprendido a escrever.
Dores lombares começaram a surgir com frequência. Torcicolos, dores nas pernas oriundas do nervo ciático, ou seja, começava ai uma sequencia de visitas médicas para tentar descobrir a gênese do problema.
Eu dizia que já tinha visitado quase todos os médicos “istas” como: ortopedistas, reumatologistas, neurologistas, dentistas, e somente não procurei logicamente um ginecologista, tamanha foi a minha peregrinação.
Sem solução. Somando com as dores intermináveis nos joelhos, já relatado anteriormente, passei a conviver passivamente com as dores crônicas por várias partes do corpo.
Estava muito difícil dirigir veículos. A cena ao entrar e sair do carro era estarrecedora. Quem via aquele desconforto logo queria ajudar. Era deprimente. Não estava certo. Teria de encontrar uma solução para aquele martírio.
Em 2003, resolvi estudar novamente. Matriculei-me na Universidade Católica de Goiás, para fazer um curso de quatro anos de Relações Internacionais.
Logo no primeiro semestre tinha muita dificuldade em escrever, mas esta adversidade não me fez desistir do meu intento. Consegui a duras penas terminar o semestre.
Chega 2004. As dores persistiam. Eu pensava que elas eram oriundas de carteiras duras e desconfortáveis, ou até mesmo de má postura no assento.
Um belo dia, num final de semana, na casa de um amigo em Hidrolândia, havia um anjo de nome Luiz Fernando Martins, doutor em neurologia, que depois eu ficara sabendo que ele era citado no meio médico, como médico dos médicos. Um dos maiores cirurgiões de epilepsia do Brasil, quiçá do mundo.
Chegando ao meu carro, na fazenda deste amigo, com a dificuldade discorrida, desci do veiculo e sentei-me numa cadeira, até certo modo confortável, porém, completamente torto.
Por recomendação deste amigo, o doutor olhou para mim, deu meia volta e sem falar uma só palavra entrou no seu carro e saiu. Pensei eu! O que aconteceu? Onde foi o Homem?
Logo ele chega com um envelope de comprimidos na mão, sem a caixa e sem a bula. Havia ele comprado o remédio no centro da cidade de Hidrolândia – Goiás.
Entregou-me os comprimidos e somente disse: Tome-os e dentro de uma semana me procure em meu consultório.
Cumpri o ritual e depois de decorrido o prazo, lá estava eu e minha companheira Vera na época, no bendito consultório.
Logo de inicio achei estranho. Senti um ar de mistério. Todos calados esperando a esposa do médico, uma psicóloga.
Sem mais delongas, curto e grosso, ele disse: Você tem Parkinson. Um silêncio pairou no ar.
Parkinson? Eu! Como? Porque eu? Àquelas perguntas que alguém sonso, atônico, incrédulo faz ao receber um diagnóstico bombástico no consultório médico. Parecia que o fim do mundo, acabara de entrar pela porta.
Eu perguntei simploriamente: E daí, o que fazer? O doutor na sua calma e exatidão na resposta emendou. É uma doença degenerativa, progressiva, sem cura. Seu grau é Dois. A escala vai até Cinco. A princípio ela é secundaria adquirida.
Formulei então outra pergunta! Como se detecta o Mal de Parkinson?
O médico respondeu, que depois de pedir exames de praxe, inclusive uma ressonância do crânio e não havendo nenhum tumor ou outros danos, dá-se a doença por analogia, ou seja, comparação com pessoas com os mesmos sintomas. Sintomas estes como a lentidão nos movimentos voluntários, baixo volume de voz, tremura das mãos, depressão, sonolência, dentre outros.
Obviamente que o baque foi grande. Sai dali com o propósito de saber todo sobre a doença. Passei horas, dias, na internet, visitando site, colecionando artigos, visitando bibliotecas, em fim, eu queria entender da doença.
Semanas depois retornei para uma nova consulta. A Vera e eu estávamos afinadíssimos no trato do Mal de Parkinson, ou Síndrome de Parkinson.
O que aconteceu? Recebemos uma bronca. O médico aqui sou eu! Quem pesquisa sobre a doença somos eu e os laboratórios. Vocês pacientes, recomendamos acatar o que determinamos.
A princípio, achamos indelicadeza, grosseria ou excesso de franqueza, por parte do médico, esta atitude, mas logo veio a explicação: Esta doença está sendo entendida, ainda pela comunidade científica médica, portando não recomendamos que o paciente pesquise compulsivamente. Viva a vida, e deixe por nossa conta as pesquisas e o seu entendimento.
Realmente deixei de pesquisar os pormenores do Parkinson, ficando apenas com o básico.
Hoje vivo muito melhor. Fui atrás de outras formas alternativas de combatê-la e estou conseguindo, com bastante sucesso, estabilizá-la.
Resolvi buscar uma segunda opinião médica. . .

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